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Reflexões e estudos da Doutrina Espírita, baseado nas obras de Allan Kardec
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Espíritos da Natureza e os Seres Elementais na visão Espírita
A noção de “Espíritos da Natureza” é antiga e se entrelaça com tradições que falam em seres elementais ligados aos quatro elementos da criação: terra, água, ar e fogo. Na Doutrina Espírita, esses nomes — duendes, ondinas, silfos e salamandras — são interpretados de modo simbólico, correspondendo a Espíritos em diferentes graus de evolução que cooperam nos fenômenos da natureza sob a direção de inteligências superiores, conforme ensinam Allan Kardec em O Livro dos Espíritos e A Gênese.
Os quatro elementos e os seres elementais
Desde a Antiguidade, filósofos e tradições ocultistas relacionaram a natureza a quatro elementos fundamentais: terra, água, ar e fogo. A cada elemento, associaram-se espíritos ou inteligências chamadas elementais, encarregados de conservar o equilíbrio e dinamizar os processos naturais. A literatura esotérica fala em duendes (terra), ondinas (água), silfos (ar) e salamandras (fogo).
Allan Kardec, no entanto, explica em O Livro dos Espíritos (questões 536–540) que não existem categorias fixas como a mitologia descreve. O que há são Espíritos em diferentes níveis de evolução, designados como “agentes da natureza”, que executam tarefas de acordo com seu adiantamento moral e intelectual, e não segundo rótulos místicos. A Doutrina Espírita, portanto, não endossa literalmente as figuras do folclore, mas admite que o trabalho espiritual possa ter inspirado tais tradições.
Quadro comparativo dos seres elementais e a visão espírita
| E l e m e n t o | S e r e s | Função | Visão Espírita | 
|---|---|---|---|
| T e r r a | D u e n d e | Guardas dos bosques e minerais, ligados ao crescimento vegetal. | Corresponderiam a Espíritos em aprendizado, que atuam em tarefas ligadas ao magnetismo da matéria densa e ao reino vegetal (Kardec, A Gênese, cap. III). | 
| Á g u a | O n d i n a s | Entidade feminina ligadas a rios, lagos e mares, representando a fluidez e o poder fecundador das águas. | Na visão espírita, seriam inteligências em cooperação na organização de recursos hídricos e do ciclo da vida aquática (Kardec, O Livro dos Espíritos, q. 536). | 
| Ar | F a d a s | Seres aéreos, associados ao vento, às brisas e ao sopro vital. Silfos | Espíritos incumbidos de processos sutis, como correntes de ar e magnetismo atmosférico, dentro da lei de harmonia universal (André Luiz, Evolução em Dois Mundos). | 
| F o g o | S a l a m a n d r a s | Seres flamejantes, regentes da chama e da purificação pelo fogo. | Para a Doutrina Espírita, representam apenas tradições simbólicas. No entanto, Espíritos podem atuar na liberação de energia e calor, obedecendo às leis divinas que regem a matéria (André Luiz, Mecanismos da Mediunidade). | 
O papel educativo e a lei de progresso
Mais importante que os nomes tradicionais é compreender a pedagogia divina: todos os Espíritos trabalham, aprendem e evoluem através da ação. A tradição dos elementais é um reflexo simbólico de verdades espirituais mais profundas, confirmadas pelo Espiritismo. Segundo Léon Denis em No Invisível, tais narrativas foram o esforço humano de nomear forças inteligentes que participam da ordem universal. Hoje, a Doutrina Espírita esclarece que cada Espírito coopera de acordo com seu grau de evolução, sempre em consonância com a Lei de Progresso.
Conclusão
Os chamados Espíritos da Natureza, que a tradição popular identificou como seres elementais, encontram na Doutrina Espírita uma explicação mais clara: são inteligências em diferentes estágios de evolução que, sob a ordem e a inspiração do Cristo, cooperam na execução dos fenômenos naturais. Sua atuação não é autônoma nem arbitrária; pelo contrário, seguem sempre a direção de Espíritos mais elevados, respeitando os desígnios divinos. Esses auxiliares cumprem funções na dinâmica dos elementos, participando da organização dos recursos da Terra e também de manifestações mais intensas, como tempestades, erupções ou cataclismos, mas apenas quando autorizados e em obediência a um fim útil. Tais ocorrências, muitas vezes dolorosas à visão humana, nunca são castigos cegos: respondem a necessidades evolutivas coletivas, promovendo reajustes e despertando consciências. Assim, até mesmo nas grandes convulsões da natureza, o amor e a sabedoria do Criador se manifestam, valendo-se de colaboradores humildes que aprendem e crescem enquanto servem. A importância desses seres, portanto, não está em seu poder isolado, mas no papel educativo e cooperativo que desempenham na grande oficina da vida, lembrando-nos de que tudo no universo caminha em direção à harmonia, segundo a lei de progresso que rege a humanidade e os mundos.
Referências bibliográficas
- KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 82ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2001. (q. 536–540; 600–613, seleção temática).
- KARDEC, Allan. A Gênese. 47ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2001. (cap. III e XV).
- DENIS, Léon. No Invisível. 26ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2000.
- XAVIER, Francisco Cândido (André Luiz). Mecanismos da Mediunidade. 17ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009.
- XAVIER, Francisco Cândido (André Luiz). Evolução em Dois Mundos. 24ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
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