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Reflexões e estudos da Doutrina Espírita, baseado nas obras de Allan Kardec
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O Homem no Mundo em: Bem-aventurados os aflitos
“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.” A conhecida passagem do Sermão da Montanha, interpretada à luz do Evangelho Segundo o Espiritismo (cap. 5), traz um dos temas mais delicados da vida humana: o sofrimento.
No entendimento comum, dor é sinônimo de castigo ou azar. Entretanto, a Doutrina Espírita amplia essa visão, revelando que as aflições não são punições arbitrárias, mas instrumentos de educação espiritual. A lei de causa e efeito assegura que cada experiência dolorosa traz em si um convite à renovação.
Por que sofremos?
Segundo a Doutrina Espírita, o sofrimento não é fruto do acaso nem de uma punição arbitrária de Deus. Ele decorre de causas espirituais e morais que se ligam às leis divinas de justiça, amor e progresso.
Principais causas do sofrimento segundo o Espiritismo:
- Causas atuais da vida presente
- Muitos sofrimentos decorrem de escolhas equivocadas feitas agora, nesta existência.
- Exemplos: abusos, imprudência, orgulho, falta de vigilância moral, descuido com a saúde, ambição exagerada.
- Kardec, no cap. V de O Evangelho Segundo o Espiritismo, chama isso de “causas atuais das aflições”.
- Assim, uma pessoa que vive em constante desarmonia pode atrair consequências dolorosas ainda nesta vida.
- Há dores que não podem ser explicadas apenas por esta existência: doenças congênitas, limitações físicas, provas aparentemente “injustas”.
- O Espiritismo ensina que elas estão ligadas a ações de vidas anteriores, que precisam ser reparadas para que o Espírito avance.
- Essas experiências são chamadas de expiações, funcionando como uma lei pedagógica que corrige e purifica.
3. Provas escolhidas antes da reencarnação
- Antes de renascer, o Espírito, junto aos mentores, pode escolher certas provas que o ajudarão a desenvolver virtudes específicas.
- Exemplo: alguém pode escolher nascer em família difícil para aprender paciência e perdão.
- Nesse caso, o sofrimento é uma oportunidade de crescimento acelerado, não apenas reparação.
4. Sofrimentos úteis e sofrimentos inúteis
- O sofrimento torna-se útil quando aceito com serenidade e usado como instrumento de aprendizado.
- Torna-se inútil quando gera apenas revolta, desespero e amargura, atrasando o progresso espiritual.
- Como resume Kardec: “A calma e a resignação, hauridas na maneira de encarar a vida terrestre e na fé no futuro, dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor remédio contra o sofrimento.” (ESE, cap. V).
- Kardec explica que existem provas, escolhidas antes da reencarnação, e expiações, ligadas a erros passados. Ambas são meios de progresso. Assim como o aluno enfrenta exames para avançar, o Espírito enfrenta situações que revelam sua maturidade moral.
Comparação de visões
- Visão tradicional: dor como castigo e motivo de revolta.
- Visão espírita: dor como oportunidade de aprendizado e reparação.
👉 Em síntese:
- Sofremos hoje pelo que fazemos agora e pelo que já fizemos antes.
- Mas Deus, sendo justo e bom, transforma cada dor em remédio e lição.
- O Espiritismo mostra que a dor não é eterna: é um meio de libertação e progresso.
Exemplos práticos
Uma enfermidade longa pode convidar à paciência e à solidariedade para com outros doentes. Conflitos familiares podem ensinar perdão e reconciliação. Uma perda material pode inspirar desapego e honestidade na reconstrução. Em todos os casos, a questão central é: o que esta dor me convida a aprender?
“Deus não pune: educa.” — síntese do cap. 5 de O Evangelho Segundo o Espiritismo
Transformando dor em progresso
O Espiritismo ensina que cada lágrima pode ser transformada em luz se cultivamos resignação ativa, esforço constante de melhoria e prática da caridade. A dor deixa de ser prisão para tornar-se ponte que conduz à esperança.
Transformar a dor em progresso, segundo a Doutrina Espírita, exige antes de tudo uma nova compreensão do sofrimento. Nada acontece fora da justiça e da bondade divinas: o que nos fere não é castigo arbitrário, mas oportunidade de aprendizado. Quando aceitamos essa realidade com fé raciocinada, a dor deixa de ser peso inútil e se torna caminho de evolução. A resignação, nesse contexto, não é passividade, mas disposição ativa em suportar a prova sem revolta e, ao mesmo tempo, agir para melhorar, seja buscando recursos médicos, seja cultivando paciência, humildade ou perdão. Cada aflição revela, assim, uma lição moral: perdas convidam ao desapego, ingratidões despertam para a misericórdia, doenças chamam à paciência e à fé.
O progresso nasce quando a dor, em vez de gerar revolta, gera virtude. Nesse sentido, uma das formas mais elevadas de sublimação é servir ao próximo, pois ao aliviar a dor alheia, aliviamos também a nossa. Quantos transformaram lágrimas em obras de caridade, criando instituições ou movimentos de consolo, provam que o sofrimento pode se converter em fonte de bênçãos. A prece e a vigilância mental completam esse processo, sustentando o coração em sintonia com os benfeitores espirituais e impedindo que o sofrimento se torne desespero. Assim, aquilo que parecia fardo se converte em instrumento de libertação, e cada lágrima, quando bem vivida, se transforma em semente de luz para a própria alma.
Os sofredores não estão abandonados
Quando Jesus proclamou “Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados”, não estava enaltecendo a dor em si, mas revelando o valor espiritual do sofrimento quando compreendido à luz da fé. O Mestre indicava que os aflitos não estão abandonados, pois cada lágrima tem sentido no plano divino: é oportunidade de depuração, de crescimento interior e de preparação para alegrias futuras. O consolo prometido não é apenas o alívio imediato, mas a certeza de que o sofrimento, vivido com confiança em Deus, transforma-se em degrau de progresso.
Na visão espírita, esse ensinamento mostra que as aflições são remédios da alma, jamais punições arbitrárias. Jesus nos convida a olhar além da dor passageira, percebendo que ela abre caminho para virtudes como paciência, humildade e perdão. A verdadeira bem-aventurança não está no sofrer, mas no que o sofrimento desperta em nós: a possibilidade de evoluir, de reparar erros passados e de conquistar a paz que nasce da compreensão das leis divinas.
Referência bibliográfica
Kardec, A. (1864/2023). O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 5. Paris: Didier. Ed. brasileira: FEB.
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