Casamento, Celibato & Poligamia
No capítulo sobre a Lei da Reprodução (O Livro dos Espíritos, questões 695 a 701), Allan Kardec trata de temas fundamentais relacionados às relações humanas: o casamento, o celibato e a poligamia. Os Espíritos esclarecem a importância do casamento como um progresso moral da humanidade, analisam o celibato sob diferentes perspectivas e explicam por que a poligamia é incompatível com a evolução espiritual.
O Casamento: União Natural e Moral
Na questão 695, Kardec pergunta se o casamento, ou seja, a união permanente de dois seres, é um estado natural. Os Espíritos respondem que sim, pois é um progresso no caminho da civilização. Eles explicam que, à medida que a humanidade evolui, percebe que a união estável fortalece os laços sociais e familiares, promovendo maior harmonia e respeito entre os indivíduos.
Já na questão 696, é dito que o casamento contribui para a estabilidade social, impedindo desordens e abusos que poderiam surgir da união instável entre os sexos. Assim, o casamento é visto não apenas como uma convenção social, mas como uma necessidade moral que fortalece os sentimentos de fraternidade e compromisso entre os seres humanos.
O Celibato: Escolha ou Imposição?
Nas questões 697 e 698, Kardec aborda o celibato e pergunta se ele é um estado mais perfeito para o espírito. Os Espíritos respondem que não, pois a lei natural determina a reprodução como um dos mecanismos do progresso da humanidade. No entanto, destacam que a escolha pelo celibato pode ser válida se for motivada por uma intenção nobre, como a dedicação ao bem da coletividade ou a causas superiores.
Contudo, na questão 699, os Espíritos criticam o celibato imposto por religiões ou instituições, afirmando que, em muitos casos, ele resulta de convenções humanas que não necessariamente correspondem à vontade divina. O impedimento ao casamento por motivos religiosos pode levar a frustrações e desequilíbrios, contrariando a própria natureza humana.
A Poligamia e o Progresso Moral
Nas questões 700 e 701, Kardec pergunta se a poligamia é ou não conforme à lei natural. Os Espíritos respondem que a poligamia é um estágio primitivo da sociedade e que, à medida que o homem evolui moralmente, compreende a necessidade da monogamia.
A poligamia, segundo eles, é um reflexo de um estado de inferioridade moral e intelectual, onde a mulher é tratada como um objeto ou propriedade do homem. No entanto, a monogamia representa um avanço, pois estabelece a igualdade entre os sexos e fortalece os laços familiares. Dessa forma, a poligamia tende a desaparecer à medida que a humanidade progride, substituída por relações baseadas no amor, no respeito e na fidelidade.
A visão espírita sobre o casamento, o celibato e a poligamia enfatiza o progresso moral da humanidade. O casamento é visto como um estado natural e desejável, pois contribui para a harmonia social e o desenvolvimento espiritual dos indivíduos. O celibato, quando escolhido por razões nobres e não imposto por regras externas, pode ser respeitável, mas não é um ideal absoluto. Já a poligamia é considerada um resquício de sociedades primitivas, que aos poucos é superado pela evolução moral da humanidade.
Assim, a doutrina espírita valoriza as relações baseadas no amor, no respeito e na igualdade, destacando que, quanto mais os homens avançam espiritualmente, mais se aproximam da verdadeira fraternidade, onde os laços afetivos são fortalecidos pela consciência e pelo sentimento de justiça.
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