Perda de pessoas amadas e mortes prematuras.


Quando a morte leva um ente querido jovem, muitos questionam a justiça divina, acreditando que Deus é implacável ou indiferente à dor dos que ficam. No entanto, é justamente nesses momentos que precisamos elevar nosso olhar além das limitações terrenas e compreender que, muitas vezes, o bem está onde enxergamos apenas o mal.

Por que medir a justiça divina pelos padrões da nossa? Poderíamos realmente pensar que o Senhor dos mundos nos impõe sofrimentos cruéis por mero capricho? Tudo o que acontece tem uma razão de ser, e a morte prematura pode, muitas vezes, ser uma grande bênção concedida por Deus. Ele pode estar poupando aquele Espírito das dores e provações do mundo, ou mesmo das tentações que poderiam desviá-lo do caminho do bem.

Aquele que parte ainda na juventude não é vítima do acaso ou de uma fatalidade injusta, mas sim um Espírito cujo tempo na Terra foi o necessário para seu crescimento espiritual. A dor profunda surge naqueles que não possuem fé e veem a morte como uma separação eterna.

Nós, espíritas, sabemos que a alma vive melhor quando liberta do seu envoltório corporal.

As mães que perderam seus filhos amados devem se lembrar de que eles continuam ao seu lado. Seus Espíritos os envolvem com ternura, e suas lembranças lhes trazem alegria. No entanto, sofrem ao ver seus entes queridos mergulhados na dor, pois isso revela uma falta de fé e uma resistência à vontade divina.

Se, em vez de lágrimas de revolta, oferecermos preces sinceras a Deus, sentiremos em nós as poderosas consolações que aquietam o coração e fortalecem a alma.

A morte, especialmente quando prematura, pode parecer um golpe cruel e incompreensível aos olhos humanos. No entanto, dentro da justiça divina, nada acontece sem um propósito. O sofrimento da separação é natural, mas a fé nos permite enxergar além da dor, compreendendo que a vida do Espírito não se encerra com a morte do corpo.

Os entes queridos que partiram permanecem próximos, amparando e sendo amparados pelo amor que nunca se desfaz. Em vez de nos afundarmos no desespero, devemos confiar na sabedoria de Deus, que jamais impõe provações sem uma razão justa.

A verdadeira consolação está na certeza de que a morte não é o fim, mas uma passagem para uma vida maior, onde os laços do coração continuam a nos unir, fortalecidos pelo amor e pela esperança da imortalidade.


Fonte do documento: Evangelho Segundo Espiritismo - Allan Kardec - Capítulo 5 - Item 21

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