Planejamento da Reencarnação

Os princípios da reencarnação estão fundamentados na justiça divina. Assim como um bom pai sempre oferece ao filho uma oportunidade de redenção, Deus concede aos Espíritos os meios necessários para evoluir por meio das provas da vida corpórea.

Todos os Espíritos são destinados à perfeição, e aqueles que não conseguem superar determinados desafios em uma existência têm novas oportunidades em outras vidas e diferentes mundos. A alma pode renascer diversas vezes no mesmo planeta se ainda não tiver alcançado o progresso suficiente para avançar a esferas superiores. A Terra, por sua vez, é um dos mundos mais materiais e afastados da perfeição. Se não houver progresso aqui, o Espírito pode ser encaminhado a mundos ainda mais primitivos.

Todos os mundos estão interligados; o que não se realiza em um, cumpre-se em outro. O Espírito deve sempre avançar, jamais estagnar. Sua jornada é rumo a Deus. No entanto, ele não precisa passar por todos os mundos, pois muitos estão no mesmo nível evolutivo.

Embora o Espírito possa permanecer estacionário por certo tempo, ele nunca retrocede. Sua maior punição é a estagnação, sendo obrigado a recomeçar as existências mal aproveitadas em ambientes condizentes com sua necessidade de aprendizado.

A reencarnação respeita o livre-arbítrio, pois é o próprio Espírito que escolhe as provas que deseja enfrentar. No entanto, nada acontece sem a permissão de Deus, pois todas as leis que regem o universo são estabelecidas por Ele. Ao conceder liberdade de escolha, Deus também confere ao Espírito total responsabilidade por seus atos e suas consequências. O caminho do bem e do mal está diante dele, e, se fracassar, poderá recomeçar, pois a misericórdia divina lhe dá sempre novas chances.

Se um Espírito opta por nascer entre malfeitores, sabe dos riscos a que estará exposto, mas não dos atos específicos que praticará, pois suas ações serão fruto de seu livre-arbítrio. Ele tem consciência dos desafios e dificuldades que enfrentará, mas não dos detalhes de cada acontecimento. Apenas os grandes eventos, aqueles que influenciam seu destino, podem ser previamente conhecidos.

Para alcançar a perfeição, o Espírito não precisa necessariamente passar por todas as provas e tentações. Ele pode, por exemplo, escolher a riqueza como prova e, dependendo de sua inclinação moral, tornar-se generoso ou egoísta, usar seus bens para o bem ou se perder nos prazeres materiais.

As provas escolhidas podem ter um caráter expiatório, ajustando-se à natureza das faltas cometidas no passado, mas sempre visam acelerar seu progresso espiritual e conduzi-lo à perfeição.




Fonte de estudo: Livro dos Espíritos- Allan Kardec - Questão: 171, 258, 259, 261, 262, 264

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