A Ingratidão dos filhos e a Missão da Reencarnação
A ingratidão é uma das manifestações mais diretas do egoísmo e, por isso, revolta os corações honestos. No entanto, quando parte dos filhos em relação aos pais, torna-se ainda mais doloroso e desafiadora.
Ao deixar a Terra, o Espírito carrega consigo tanto suas virtudes quanto suas paixões, buscando o espaço onde continuará sua jornada. Alguns permanecem estacionários, enquanto outros, movidos pelo desejo de evolução, buscam a luz.
Entre esses Espíritos, há aqueles que ainda alimentam ódios profundos e desejos de vingança. Já os mais avançados começam a perceber a verdade, registrando os efeitos destrutivos de suas paixões. Quando compreendemos que o caminho para Deus é a caridade, entendemos que não há caridade sem perdão. Não há caridade onde persista o ódio e o desejo de retribuição.
Muitos Espíritos, ao olharem para aqueles que detestaram na vida, ainda se revoltam. A ideia de perdoar e, mais ainda, de amar seus antigos desafetos, parece insuportável. No entanto, dentro deles surge o conflito: hesitam entre o ressentimento e a vontade de evoluir. Quando a boa resolução prevalece, pedem a Deus e aos Espíritos benevolentes a força necessária para enfrentar essa prova.
Após um período de reflexão e prece, esse Espírito pode escolher reencarnar com justiça no seio da família daqueles a quem odiou. Solicite, então, aos Espíritos superiores a oportunidade de ocupar um novo corpo que está se formando naquele lar. Sua conduta futura dependerá da sinceridade de suas resoluções: se mantiver seu compromisso com a evolução, será um membro amoroso daquela família; caso sucumba ao rancor, poderá se tornar novamente um inimigo.
Dessa forma, explicam-se os ódios e repulsas instintivas que, por vezes, se manifestam em crianças sem que nada na vida apresente justifique tais sentimentos. Para compreender tais relações, é preciso olhar para o passado espiritual.
Quando um corpo nasce, sua alma vem do espaço em busca de progresso. Nós, espíritas, conhecemos essa verdade e temos o dever de acolher esses Espíritos com amor, guiando-os no caminho da evolução.
Receber um filho é uma missão sagrada. A recompensa por cumprir essa tarefa com dedicação será a felicidade do Espírito reencarnado e seu progresso. No entanto, se negligenciarmos essa responsabilidade, impedindo a evolução desse espírito, sofreremos as consequências. Um dia, atormentados pelo remorso, pedindo uma nova oportunidade de peças, reencarnando juntos mais uma vez para reverter nossos erros c
Portanto, não rejeiteis a criança que parece repelir a mãe, nem aquele filho que responde com ingratidão. Mães, abraçai o filho que vos causa desgosto e dizei: um de nós dois foi o culpado em outra vida, mas agora devemos nos perdoar mutuamente.
Merecemos as alegrias divinas da maternidade e da paternidade quando ensinamos aos nossos filhos que estão na Terra para aprender, amar e crescer espiritualmente. Essa tarefa não é tão difícil quanto parece. Tanto a sabedoria quanto o ignorante podem cumpri-la, pois o Espiritismo veio lançar luz sobre as imperfeições humanas e ajudar-nos a superá-las.
Desde o nascimento, a criança manifesta os instintos que trazem de suas vidas passadas. devemos observá-las e orientá-las.
Todos os homens vêm do egoísmo e do orgulho. Cabe aos pais identificar esses sinais nos filhos e corrigi-los antes que criem raízes profundas. Se deixamos que esses vícios se desenvolvam, não devemos nos surpreender se, mais tarde, formos vítimas de sua ingratidão.
Deus não nos impõe provas acima de nossa capacidade. Ele só permite desafios que podemos superar. Se falharmos, é porque faltou vontade.
As provas mais difíceis são aquelas que ferem o coração. Muitos suportam a miséria e as privações, mas sucumbem ao peso dos desgostos familiares e à ingratidão.
No entanto, abreviar o sofrimento depende apenas de nós e do nosso esforço. Precisamos compreender a reencarnação e enxergar além do presente, compreendendo que nosso passado e futuro são infinitos.
Deus permite que Espíritos menos evoluídos reencarnam entre nós pa
A maior vitória do Espírito é superar suas falhas, vencer suas paixões e aprender a amar.
Fonte de estudo: Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - Capítulo: 14
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