Desenvolvimento Mediúnico: o despertar interior da alma
“A mediunidade não é um privilégio. É uma oportunidade de servir.” — Allan Kardec
A mediunidade é o sopro de Deus que nos recorda que a vida se estende além da carne. Em Missionários da Luz, André Luiz revela que, durante o sono, muitos encarnados são conduzidos a verdadeiras escolas de aprendizado mediúnico no plano espiritual. Ali, sob a orientação de instrutores como o venerável Alexandre, o ensino não se impõe pelo verbo inflamado, mas pela serenidade e pela bondade — qualidades que devem inspirar todos os facilitadores das casas espíritas na Terra.
1. Humildade e preparo moral
O professor espiritual não domina pela voz, mas pela vibração. Alexandre, exemplo de sabedoria sem afetação, representa o ideal do orientador que ensina com o coração. Em O Livro dos Médiuns, Kardec alerta que o primeiro requisito para o desenvolvimento mediúnico é o aperfeiçoamento moral. Antes de falar com os Espíritos, é preciso aprender a conversar com a própria consciência.
O médium que busca a sintonia com os bons Espíritos precisa cultivar a humildade e o discernimento. Nos Domínios da Mediunidade ensina que o coração preparado é a base de toda boa comunicação espiritual. Os bons Espíritos não buscam templos de pedra, mas almas equilibradas e sinceras. O verdadeiro médium, antes de tudo, é um servidor anônimo da luz.
“O médium é como uma lira: se as cordas estiverem desafinadas, nenhuma melodia divina poderá soar.” — Léon Denis, No Invisível
2. As muitas formas da mediunidade
Há diversos gêneros e processos mediúnicos, de acordo com a sensibilidade e o tipo de tarefa. André Luiz, em Nos Domínios da Mediunidade, explica que o corpo humano é um condensador de energias espirituais, e que cada encarnado emite vibrações que determinam o tipo de espírito com que se afina. Por isso, o desenvolvimento mediúnico exige vigilância constante: pensamentos, sentimentos e intenções são o filtro do intercâmbio.
O Livro dos Médiuns destaca que toda faculdade requer aprendizado e constância. Assim como o músico precisa de treino, o médium necessita disciplina e estudo. A mediunidade não floresce pela curiosidade, mas pela consagração ao bem. Cada faculdade é um canal de serviço, ajustado à capacidade moral e espiritual do intermediário.
É importante compreender que a mediunidade se adapta ao contexto espiritual e moral de cada indivíduo. O intercâmbio varia em intensidade, e não há superioridade entre os diferentes tipos de mediunidade. O valor reside na fidelidade e no amor com que se serve. Espíritos elevados utilizam a mediunidade de acordo com a necessidade do grupo e o merecimento do médium, ampliando o entendimento sobre a lei de afinidade e sintonia.
3. O perigo da vaidade e da comercialização
Kardec foi categórico: a mediunidade é gratuita, pois é dom divino e jamais deve ser transformada em fonte de lucro. Frutos da Mediunidade, de Carlos A. Baccelli, reforça que o médium que exige pagamento sintoniza com entidades inferiores, interessadas apenas em iludir e confundir. O verdadeiro espírito superior jamais se serve de instrumentos venais.
O intercâmbio espiritual deve ser guiado pela pureza de intenção. Quando o médium busca proveito pessoal, a vibração se corrompe. Espíritos inferiores exploram essas brechas morais, produzindo comunicações falsas e ilusórias. O trabalho mediúnico deve ser um altar de caridade, jamais um balcão de negócios.
O Evangelho Segundo o Espiritismo adverte que “gratuitamente recebestes, gratuitamente daí”. A vaidade é uma das maiores provas do médium, pois o reconhecimento terreno pode obscurecer o ideal espiritual. O verdadeiro médium é aquele que se apaga para que a luz do Cristo brilhe. Onde há humildade e serviço desinteressado, há também a presença dos bons Espíritos, amparando a tarefa com harmonia e discernimento.
4. A grande comunidade dos vivos
Encarnados e desencarnados não são mundos apartados, mas uma única humanidade dividida por frequências vibratórias. A morte não é ruptura, mas continuidade. No entanto, como observa André Luiz, ainda materializamos o que é do Espírito: pedimos luz, mas cultivamos sombras; buscamos amor, mas semeamos separação; desejamos fé, mas duvidamos até de nós mesmos.
O Espiritismo nos ensina que todos pertencemos à mesma comunidade universal. A mediunidade é o elo entre as dimensões da vida, convidando-nos a compreender a fraternidade em sua expressão mais ampla. Somos todos aprendizes na escola da evolução, encarnados ou não, integrados na mesma obra divina de aperfeiçoamento.
5. Cristo: a porta da mediunidade verdadeira
“Eu sou a porta; quem entrar por mim será salvo.” — Jesus (João 10:9)
Toda mediunidade legítima passa pelo Cristo. Fora d’Ele, o fenômeno é simples comunicação, sem elevação moral. O Espírito da Verdade é o guia do médium sincero — aquele que compreende que servir é mais importante que se destacar. André Luiz afirma que sem a luz do Evangelho, a mediunidade pode se tornar uma armadilha, multiplicando vítimas de entidades perturbadoras.
Somente quando o coração se ajusta à vibração do amor crístico é que o intercâmbio espiritual se transforma em instrumento de redenção. O Cristo é a chave que abre a porta da mediunidade superior, conduzindo o médium ao equilíbrio, à sabedoria e à paz.
6. Reforma íntima: o verdadeiro desenvolvimento
No campo mental do homem ainda vivem os instintos primitivos: a inveja, o orgulho, a vaidade. É urgente abandonar o ruído externo e cultivar o silêncio interior, para que a alma desperte suas faculdades divinas. A fascinação pelo fenômeno pode ser tão destrutiva quanto o álcool que embriaga. A mediunidade é aprendizado de milênios, não um espetáculo de um dia.
Léon Denis ensina que “não basta desejar ser médium; é preciso tornar-se digno da assistência dos bons Espíritos”. A reforma íntima é o alicerce da sintonia espiritual. Sem ela, toda tentativa de desenvolvimento se converte em perigo. É no exercício diário do amor, da paciência e do perdão que o médium encontra o verdadeiro progresso.
O verdadeiro desenvolvimento mediúnico começa dentro do coração. André Luiz recorda que o médium equilibrado é aquele que sabe dominar suas emoções e impulsos, transformando-os em força criadora. As provas da vida são o ginásio espiritual que educa o espírito para a mediunidade superior. Assim, cada obstáculo enfrentado com serenidade é uma aula prática de reforma íntima e aperfeiçoamento da sensibilidade espiritual.7. Servir para ascender
Em toda parte, médiuns sinceros aprendem que crescer espiritualmente é o primeiro passo para receber com segurança. Se aspirais à companhia dos sábios, estudai e purificai-vos; se desejais os santos, santificai-vos nas lutas diárias. O valor mediúnico não é privilégio — é compromisso.
O Livro dos Médiuns ensina que “a mediunidade é concedida a todos, mas o seu uso é que diferencia os instrumentos do Senhor”. A boa vontade sincera, o estudo constante e a fidelidade ao Cristo são os degraus que conduzem à mediunidade segura. O médium que serve sem exigir recompensa é o verdadeiro canal da luz divina.
Servir é a mais elevada forma de mediunidade. Em Missionários da Luz, André Luiz mostra que os Espíritos Superiores trabalham incessantemente pela redenção humana. O médium, quando se dispõe ao serviço desinteressado, participa dessa corrente sublime de amor. Cada ato de caridade, cada palavra edificante e cada oração sincera ampliam a sintonia com as esferas luminosas, aproximando-nos do verdadeiro sentido do mediunato cristão: o amor em ação.
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