Fenômenos mediúnicos que antecederam a Codificação: Hydesville e Mesas Girantes

 


Estudo aprofundado dos fenômenos de Hydesville e das mesas girantes, que abriram caminho para a Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec.

O que foi o fenômeno de Hydesville e por que é considerado o ponto de partida do Espiritismo moderno?

Em 31 de março de 1848, na pequena localidade de Hydesville, nos Estados Unidos, teve início um dos marcos mais importantes do espiritualismo moderno: as manifestações inteligentes de um Espírito na casa da família Fox. As jovens irmãs Margaret e Kate passaram a ouvir batidas misteriosas nas paredes e móveis da casa. Com o tempo, as batidas passaram a responder perguntas simples, estabelecendo um verdadeiro código de comunicação.

Esse espírito se identificou como Charles Rosna, um mascate supostamente assassinado naquela residência. A notícia se espalhou rapidamente, atraindo vizinhos, religiosos e jornalistas. As investigações mostraram que o fenômeno persistia mesmo em ambientes diferentes, longe da casa onde tudo começou, confirmando que as manifestações não eram fraudes domésticas ou alucinações.

Segundo Pedro Franco Barbosa, em Espiritismo Básico (p. 42), o episódio de Hydesville representou uma ruptura com o paradigma materialista e foi "o marco inicial de uma nova era na relação da humanidade com o invisível".

Casos notáveis relacionados a Hydesville

  • Confissão e escavação: anos depois, escavações no porão da casa revelaram ossos humanos e vestígios de um caixote, o que fortaleceu a narrativa do espírito Charles Rosna.
  • Mediunidade persistente: mesmo após mudarem-se para Rochester, as irmãs Fox continuaram a manifestar os fenômenos, inclusive diante de comissões científicas e plateias públicas.

Como o fenômeno das mesas girantes se espalhou pela Europa?

A partir da década de 1850, outro tipo de fenômeno surpreendeu a Europa: as chamadas mesas girantes. Inicialmente associadas a festas e salões aristocráticos, consistiam em objetos que giravam, levitavam e respondiam a perguntas por meio de batidas ou movimentos.

Na França, esses fenômenos tornaram-se um verdadeiro modismo, despertando tanto curiosidade quanto ceticismo. No entanto, à medida que o fenômeno se tornava mais complexo, passou-se a considerar sua origem espiritual.

Allan Kardec, ao tomar contato com esses fenômenos, observou que havia inteligência por trás dos movimentos. Conforme registrado na introdução de O Livro dos Espíritos (itens III e IV), Kardec não se deixou levar pela euforia popular. Ele percebeu que os fatos “não podiam ser explicados nem por pura sugestão, nem por forças mecânicas desconhecidas”, mas por uma "causa inteligente fora do mundo visível".

Casos exemplares das mesas girantes

  • No salão da Srta. Japhet (1855): mensagens profundas eram transmitidas por meio de uma cesta com lápis acoplado, respondendo questões sobre temas filosóficos e morais. Esse método chamou a atenção de Kardec.
  • Experimentos com a médium Caroline: realizados na presença de Kardec, os fenômenos incluíam respostas que ele obteve em diferentes reuniões, por médiuns distintos, com notável coerência, o que o levou a sistematizar os dados.

Quem foram os principais estudiosos antes de Kardec?

Embora os fenômenos de Hydesville e das mesas girantes tenham ganhado fama no século XIX, outros pensadores e místicos já observavam manifestações espirituais anteriormente. Um dos mais notáveis foi Emanuel Swedenborg (1688–1772), cuja vida foi marcada por visões e diálogos com o mundo espiritual.

Segundo Arthur Conan Doyle, no capítulo dedicado a Swedenborg em A História do Espiritismo, suas descrições do além-túmulo, de esferas espirituais e da continuidade da vida foram surpreendentemente próximas às revelações posteriores trazidas pelos Espíritos na Codificação.

Na América, o médium Andrew Jackson Davis também contribuiu para preparar o terreno. Ele ditou obras sob transe mediúnico, como “The Great Harmonia”, com conteúdo que antecipava pontos doutrinários do Espiritismo.

Como Allan Kardec transformou fenômenos esparsos em uma Doutrina estruturada?

Allan Kardec, pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail, era pedagogo, cientista e membro da Sociedade de Magnetismo de Paris. Ao investigar os fenômenos com rigor metodológico, formulou perguntas cuidadosamente elaboradas e submeteu-as a diferentes médiuns, em diversos locais.

Esse procedimento conferiu validade cruzada às respostas, descartando coincidências e fraudes. O resultado foi a publicação de O Livro dos Espíritos, em 18 de abril de 1857, que reuniu 501 perguntas e respostas organizadas em quatro partes fundamentais: causas primárias, mundo espiritual, leis morais e esperanças e consolações.

No livro Allan Kardec: o Educador e o Codificador, Wantuil e Thiesen relatam que Kardec considerava os fenômenos como a base empírica sobre a qual se ergueria uma filosofia espiritualista racional, capaz de conciliar fé e ciência.

Por que os fenômenos de Hydesville e das mesas girantes são fundamentais para o Espiritismo?

Esses eventos foram a fagulha que despertou a atenção da sociedade para a realidade espiritual. Ao ultrapassarem os limites do folclore e das crenças religiosas tradicionais, inauguraram uma nova era: a da investigação racional da alma.

Gabriel Delanne reforça, em O Fenômeno Espírita, que tais manifestações provaram não apenas a existência de uma inteligência extracorpórea, mas também sua capacidade de interagir com o mundo físico. Isso forneceu à Doutrina Espírita seu caráter científico-experimental.

Allan Kardec afirmava: "fora dos fatos não há crença racional". Assim, os fenômenos de Hydesville e das mesas girantes não apenas precederam a Doutrina Espírita — eles a tornaram possível.

Leituras complementares recomendadas

Referências bibliográficas

  • KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos – Introdução, itens III e IV.
  • BARBOSA, Pedro Franco. Espiritismo Básico. FEB, 1987.
  • DELANNE, Gabriel. O Fenômeno Espírita. FEB, 1995.
  • DOYLE, Arthur Conan. A História do Espiritismo. FEB, 2004.
  • WANTUIL, Zeus. As Mesas Girantes e o Espiritismo. FEB, 2002.
  • THIESEN, Francisco; WANTUIL, Zeus. Allan Kardec: o Educador e o Codificador. FEB, 1987.
  • LHOMME, José. O Fenômeno das Mesas Falantes. EME, 2003.
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