Obsessão e Enfermidades Mentais
A obsessão e as enfermidades mentais são temas profundamente analisados à luz do Espiritismo, revelando a interação entre os planos material e espiritual na saúde psíquica do ser humano. Segundo Allan Kardec, em "O Livro dos Espíritos" (Introdução, item 15), muitas doenças mentais podem ter suas raízes na influência de entidades espirituais, sendo necessário um estudo cuidadoso para distinguir entre distúrbios de origem orgânica e aqueles causados por obsessão espiritual.
Em "O Livro dos Médiuns" (capítulo 23, item 254), Kardec esclarece que a obsessão pode manifestar-se de diferentes formas, desde uma influência sutil até a subjugacão total do obsidiado, podendo provocar alterações graves no comportamento e no equilíbrio emocional do indivíduo. Essa interação pode desencadear doenças como depressão, ansiedade, transtornos de personalidade e outras patologias psiquiátricas.
Um exemplo histórico desse fenômeno está na "Revista Espírita" (Ano 4, nº 4, Abril de 1862), que relata a "Epidemia Demoníaca na Saboia", em que vários indivíduos apresentaram síndromes psíquicas severas associadas à influência de espíritos perturbadores. Esse episódio demonstra como processos obsessivos podem gerar manifestações coletivas de distúrbios mentais, necessitando de abordagem espiritual e terapêutica para o reequilíbrio dos envolvidos.
Muitas enfermidades psíquicas têm origem em vínculos espirituais pregressos, sendo necessária a reforma íntima para o rompimento desses laços negativos. O tratamento deve envolver não apenas recursos materiais, como a medicina e a psiquiatria, mas também práticas espirituais, como a prece, a vigilância dos pensamentos e o cultivo de sentimentos nobres.
A importância do atendimento espiritual nos centros espíritas, com passes magnéticos, evangelização e o estudo da doutrina espírita como meios auxiliares no tratamento das doenças mentais de origem obsessiva. A abordagem integrada permite que o obsidiado recupere sua autonomia espiritual, promovendo um processo de cura real e duradouro.
O verdadeiro antídoto contra a obsessão e os distúrbios mentais é o amor e a prática do bem. Aquele que se dedica às boas obras, ao perdoar e cultivar a fé, fortalece sua sintonia com as esferas superiores, tornando-se menos vulnerável às influências negativas.
Os estudos espirituais nos mostram que a obsessão, em sua raiz, é sempre um aspecto moral, resultado de vínculos espirituais negativos cultivados ao longo das existências. Dessa forma, a verdadeira libertação ocorre por meio do autoconhecimento e da transformação dos próprios sentimentos e pensamentos, corrigindo ressentimentos e desequilíbrios por amor, perdão e vigilância sobre as próprias atitudes.
A Doutrina Espírita, ao lançar luz sobre a relação entre obsessão e enfermidades mentais, não nega a importância da ciência médica, mas amplia a compreensão do ser humano como Espírito imortal, sujeito às leis de causa e efeito. A verdadeira cura não se dá apenas pela medicação e tratamento clínico, mas pela renovação interior e pelo fortalecimento da conexão com os princípios elevados que regem a vida.
Portanto, compreender a obsessão e suas consequências nos convida a um compromisso de evolução espiritual, onde o esforço pela melhoria íntima, o cultivo de pensamentos elevados e a prática do bem são indispensáveis para a conquista da paz mental e espiritual. Só assim poderemos construir um estado de equilíbrio e harmonia duradoura, prevenindo novas influências negativas e caminhos com mais segurança na jornada do progresso espiritual.
Fonte da Pesquisa: O Livro dos Espíritos, Introdução, item 15 ; O Livro dos Médiuns, capítulo 23, item 254 ; Revista Espírita, Allan Kardec, Ano 4, nº 4, Abril 1862, Epidemia Demoníaca na Saboia, FEB 2019 ; Livro Seara dos Médiuns de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, capítulo 72 ; O Reformador - Enfermidades Espirituais de Marta Moura ; Livro Encontro Marcado de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, capítulo 33
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