Obsessão: Conceito, causas e graus

 


A obsessão é uma especificidade espiritual amplamente falada pelo Espiritismo, definida como a influência persistente e prejudicial de um Espírito sobre outro, podendo ocorrer entre desencarnados e encarnados. Allan Kardec, em suas obras fundamentais, esclarece que a obsessão não se limita a simples perturbações passageiras, mas pode atingir graus severos, comprometendo o equilíbrio emocional, mental e até físico do obsidiado.

De acordo com A Gênese (cap. 14, itens 45, 46 e 47), a obsessão ocorre quando um Espírito inferior ou vingativo se liga a uma pessoa e influencia seus pensamentos, sentimentos e comportamentos. Essa ligação não acontece ao acaso; ao contrário, ela é apresentada por camada vibratória, sendo o resultado da sintonia do obsidiado com sentimentos negativos como medo, ódio, culpa, orgulho ou egoísmo.

Kardec ensina que a obsessão não é uma possessão demoníaca, mas um processo baseado em leis naturais de sintonia espiritual. Sendo assim, a liberação do obsidiado depende da sua própria transformação moral, da elevação de seus pensamentos e do fortalecimento de sua fé.

Causas da Obsessão

O Livro dos Médiuns (cap. 23, itens 237-241) apresenta as principais causas da obsessão. Dentre eles, destacam-se:

  1. Relações espirituais do passado – Em muitos casos, a obsessão é motivada por conflitos de vidas anteriores. Os espíritos que sofreram injustiças procuram vingança contra aqueles que lhes causaram dor, perpetuando um ciclo de sofrimento.
  2. Afinidade vibratória – O obsessor se liga ao obsidiado porque encontra neles padrões mentais e emocionais compatíveis. Pessoas com tendências ao pessimismo, à revolta ou ao orgulho podem atrair espíritos da mesma natureza.
  3. Influência do meio – Ambientes carregados de energia negativa, como locais de vícios e desarmonia, favorecendo a presença de Espíritos inferiores, que podem encontrar brechas para exercer sua influência.
  4. Uso indevido da mediunidade – Médiuns que não disciplinam seus dons podem se tornar alvos simples da obsessão, abrindo espaço para Espíritos mistificadores e enganadores.

Graus da Obsessão

O Espiritismo classifica a obsessão em três graus principais, conforme descrito por Kardec em O Livro dos Médiuns (cap. 23, itens 245-246):

  1. Obsessão simples – É uma influência sutil de um Espírito perturbador, que sugere pensamentos negativos e interfere nas emoções do obsidiado. Apesar dos incômodos, a vítima ainda mantém sua lucidez e pode resistir à influência.
  2. Fascinação – Neste grau, o Espírito obsessor consegue iludir o obsidiado, levando-o a acreditar em ideias falsas ou a adotar comportamentos ambiciosos sem perceber. O fascinado torna-se arrogante e resistente aos conselhos, muitas vezes achando que possui dons especiais ou revelações superiores.
  3. Subjugação – Também chamada de possessão aparente, a subjugação ocorre quando o obsessor exerce um domínio tão forte sobre o obsidiado que ele perde parte do controle sobre suas ações e pensamentos. Esse grau pode levar a distúrbios físicos, emocionais e comportamentais até autodestrutivos.

Como Combater a Obsessão?

Kardec enfatiza que a obsessão não se resolve apenas por rituais ou exorcismos, mas sim pela reforma íntima do obsidiado. Como afirma A Gênese (cap. 14, item 47), o melhor meio de afastar um obsessor é melhorar os próprios pensamentos, cultivar o bem e fortalecer a fé.

O tratamento espiritual para a obsessão envolve:

  • Prece sincera – A oração eleva a vibração do obsidiado e atrai a assistência dos Espíritos superiores.
  • Evangelização – O estudo das leis divinas fortalece a consciência e oferece ferramentas para resistir às influências negativas.
  • Prática da caridade – O amor ao próximo e a vivência do bem desarticularam a sintonia com Espíritos inferiores.
  • Assistência espiritual – Em casos graves, o auxílio de um grupo espiritual sério, com reuniões de desobsessão, pode ser necessário.
A obsessão é uma obsessão espiritual que reflete o estado vibratório do obsidiado e sua sintonia com Espíritos de natureza inferior. Suas causas estão enraizadas em questões morais e emocionais, sendo necessário um processo de reforma íntima para alcançar a libertação. Os ensinamentos espirituais nos mostram que, ao elevar nossos pensamentos, cultivar o amor e buscar a luz do conhecimento, conseguimos nos afastar das influências negativas e trilhar um caminho de equilíbrio e paz espiritual.

Fonte da  Pesquisa: A Gênese de Allan Kardec, capítulo 14, itens 45, 46, 47 ; O Livro dos Médiuns, capítulo 23, itens 237, 238, 239, 240, 241, 245, 246

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