Politeísmo

 


O politeísmo, compreendido como a crença na existência de várias divindades, representa um estágio natural na evolução do pensamento religioso da humanidade. Segundo a questão 667 de "O Livro dos Espíritos", essa concepção resulta da tendência do homem primitivo em atribuir a cada força da natureza um espírito ou entidade superior, na tentativa de explicar os fenômenos que o cercavam.

A doutrina espírita esclarece que essa crença, embora imperfeita, teve seu papel na educação da humanidade, servindo como transição para a compreensão da unicidade de Deus. Como destacado na questão 668, ao longo do tempo, os povos passaram a perceber que essas divindades eram personificações das qualidades e atributos do Criador, evoluindo, assim, para uma noção mais refinada do divino.

 O monoteísmo, trazido por religiões como o judaísmo e, posteriormente, consolidado com os ensinamentos de Jesus, foi um marco essencial para a espiritualização da humanidade. A transição do politeísmo para a crença em um Deus único representa um salto na compreensão do homem sobre sua própria natureza e destino espiritual.

A evolução da fé levou a humanidade a abandonar a visão antropomórfica de Deus, ou seja, a ideia de um Criador com características e emoções humanas. Essa percepção equivocada é resquício das antigas crenças politeístas, nas quais os deuses eram frequentemente retratados com paixões e fragilidades humanas.

O pensamento religioso evolui conforme a inteligência e a moralidade do homem avançam. Assim, a ideia de múltiplos deuses cede lugar à compreensão de uma entidade suprema, infinita e perfeita, cuja essência transcende as limitações humanas.

O Espírito Emmanuel, por meio de Chico Xavier, no capítulo 15 de "O Antropomorfismo, A Ideia da Imortalidade", aborda como a compreensão errônea sobre Deus interferiu na percepção da imortalidade da alma. Nos primórdios, os homens acreditavam em divindades caprichosas e vingativas, o que dificultava a acepção da justiça divina e da evolução espiritual. Somente com a depuração das ideias, foi possível compreender que Deus não se rege por emoções humanas, mas por leis universais de amor e justiça.

O politeísmo foi um reflexo do desconhecimento humano acerca das leis divinas. Civilizações antigas, como a egípcia, a grega e a romana, moldaram suas crenças de acordo com suas limitações e necessidades, criando deuses que personificavam aspectos da existência. Com a expansão do pensamento filosófico e religioso, essas concepções foram substituídas por uma visão mais abrangente e unificadora do Criador.

A transição do politeísmo para o monoteísmo foi um marco na história da espiritualidade humana. A crença na pluralidade de deuses deu lugar à compreensão de uma inteligência suprema, que rege o universo com harmonia e justiça. Essa evolução reflete o amadurecimento do pensamento humano e sua capacidade de perceber a realidade espiritual de forma mais profunda.

Dessa forma, a Doutrina Espírita reconhece que o politeísmo foi um estágio necessário no desenvolvimento religioso da humanidade, mas reforça a ideia de um Deus único, infinito em bondade e justiça. A evolução das crenças espirituais acompanha o progresso moral e intelectual do homem, conduzindo-o a uma compreensão mais ampla da realidade divina e da imortalidade da alma.

Fonte da Pesquisa: O Livro dos Espíritos, questão 667 e 668, Livro Ascendência do Evangelho, capítulo 2; Livro O Céu e o Inferno, capítulo 1 , item 12; A Gênese, capítulo 2, item 17; O Antropomorfismo, A ideia da Imortalidade, capítulo 15 de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel; Livro Caminho de Luz, capítulo 4 e 8, de Chico Xavier pelo Espirito Emmanuel; Livro Depois da Morte de Leon Denis, capítulo 2

Comentários

Instagram

Postagens mais visitadas