O Processo Obsessivo: O Obsessor e o Obsidiado
A obsessão é um processo de influência negativa em que um Espírito exerce domínio sobre outro, causando desequilíbrio mental, emocional e até físico. Esse fenômeno pode ocorrer entre encarnados e desencarnados, sendo resultado de desajustes morais e sintonia vibratória negativa. O Espiritismo esclarece que a obsessão não é apenas um fenômeno casual, mas uma consequência de vínculos espirituais muitas vezes existentes em existências passadas.
O Obsessor e Suas Motivações
O obsessor é um Espírito que, movido pelo ressentimento, desejo de vingança ou mesmo por uma ligação afetiva mal resolvida, busca influências que consideram seu desafeto. Em muitos casos, a obsessão tem origem em conflitos de vidas anteriores, onde a vítima de hoje pode ter sido o algoz do passado. Essa relação, alimentada por sentimentos de ódio e desejo de acessórios, perpetua um ciclo de sofrimento para ambos.
Como explicado em Obras Póstumas (cap. 7, item 56), esses Espíritos perseguem suas vítimas para encontrar nelas um ponto de sintonia. A fragilidade moral do obsidiado, seja pelo orgulho, culpa, vícios ou tendências negativas, abre espaço para a ação do obsessor, que se aproveita dessas brechas para exercer sua influência.
O Obsidiado e Suas Responsabilidades
O obsidiado, por sua vez, é aquele que sofre a ação insistente de um Espírito perturbador. Contudo, o Espiritismo ensina que não há obsessão sem uma causa interna. Em A Gênese (cap. 14, itens 45 e 47), Kardec afirma que a obsessão só se instala quando o indivíduo mantém padrões vibratórios compatíveis com os do obsessor. Assim, a reforma íntima torna-se a chave para a libertação, pois apenas pela elevação moral e pelo cultivo de pensamentos e sentimentos nobres é possível romper esse vínculo.
Além disso, a obra Ação e Reação (cap. 8) nos mostra que a obsessão pode ser um mecanismo de aprendizado e reajuste espiritual. Muitas vezes, o sofrimento causado por essas influências leva o obsidiado a buscar a própria regeneração e a reparar erros passados, promovendo o crescimento espiritual de ambos os envolvidos.
O Processo Obsessivo e Seus Efeitos
O processo obsessivo se manifesta de diferentes formas, desde a obsessão simples, caracterizada por pensamentos perturbadores e influência sutil, até a subjugação, em que o obsessor exerce domínio direto sobre o obsidiado, prejudicando sua saúde mental e física.
A prece e o auxílio espiritual são fundamentais para o processo de libertação. No entanto, uma mudança de atitudes e uma reforma interior são indispensáveis para que o obsidiado se fortaleça e não volte a cair em sintonia com influências negativas.
Os processos obsessivos são desativados com vigilância constante e renovação moral. O Evangelho e a prática do bem são as defesas mais eficazes contra essas influências, pois elevam o padrão vibratório e afastam Espíritos inferiores.
Caminhos para a Libertação
A obsessão, embora seja uma fonte de sofrimento, também pode ser uma oportunidade de crescimento espiritual. A liberação do processo obsessivo não se dá por meio de rituais ou fórmulas mágicas, mas pela mudança interior do obsidiado e, muitas vezes, do próprio obsessor. Como ensina Obsessão/Desobsessão (capítulos 9, 11 e 13), o trabalho de desobsessão envolve esclarecimento, evangelização, assistência espiritual e, principalmente, o cultivo do perdão e da caridade.
A prece sincera, a prática do amor ao próximo e o esforço contínuo na melhoria íntima são os caminhos mais seguros para romper os laços da obsessão. Quando o obsidiado transforma sua conduta e fortalece sua fé, o obsessor, muitas vezes, também encontra um caminho para seu próprio despertar e regeneração.
Fonte da Pesquisa: Livro Obras Póstumas de Allan Kardec, capítulo 7, item 56 ; A Gênese de Allan Kardec, capítulo 14, item 45 e 47 ; Livro Obsessão/Desobsessão de Suely Caldas Schubert, capítulos 9, 11 e 13 ; O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 28, itens 11 e 75 ; Livro Seara dos Médiuns de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, capítulo 16 ; Livro Ação e Reação de Chico Xavier pelo Espírito André Luiz, capítulo 8.
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