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Reflexões e estudos da Doutrina Espírita, baseado nas obras de Allan Kardec
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O processo obsessivo: a dor do obsessor e a libertação do obsidiado
Na perspectiva espírita, a obsessão é um fenômeno complexo que não se resume a uma simples perseguição espiritual. Trata-se de um entrelaçamento profundo entre dois seres — o obsessor e o obsidiado — unidos por laços de culpa, ressentimento ou ódio, muitas vezes originados em experiências reencarnatórias anteriores. Mais do que um embate, é um drama que envolve dor, carência e o desejo inconsciente de justiça.
Segundo Allan Kardec, "a obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo" (O Livro dos Médiuns, cap. XXIII). Contudo, a Doutrina Espírita vai além da simples classificação: ela propõe a compreensão terapêutica e moral dos envolvidos. O obsessor não é um "demônio", mas um Espírito humano em desequilíbrio, que também sofre, carrega mágoas e, em sua ignorância, perpetua o ciclo de dor que viveu.
📚 Um drama de múltiplas existências
Casos clássicos da literatura espírita ilustram esse processo. Em Libertação (André Luiz, psicografado por Chico Xavier), acompanhamos a história de Gregório, antigo religioso que, desencarnado, funda uma colônia de obsessores e comanda perseguições contra antigos desafetos. Mas, ao final, é revelado como um Espírito profundamente atormentado, sedento de reconhecimento e ainda preso à culpa e ao orgulho. Sua redenção se inicia por meio do amor e da humildade de antigos "inimigos".
Já na obra Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz nos apresenta casos de obsessão mútua, onde vítima e algoz se alternam em sofrimento, e a cura ocorre apenas quando ambos são trabalhados pelo perdão e pela consciência de sua responsabilidade espiritual.
💡 O obsessor é um irmão doente, não um inimigo
A visão espírita transforma a ideia medieval do "demônio externo" e convida à compaixão. O obsessor, quase sempre, é alguém a quem ferimos ou abandonamos, mesmo inconscientemente. Muitas vezes, é um ente querido que não aceitou a separação pela morte ou carrega sentimentos de posse, ciúme ou culpa.
A desobsessão, nesse contexto, não é um ritual mágico, mas um processo educativo e fraterno, onde o amor, a oração, o passe magnético, o Evangelho no Lar e, sobretudo, a reforma íntima são os pilares da libertação verdadeira. Não há cura sem transformação interior.
❓FAQ - Perguntas Frequentes
Por que o obsessor sente dor?
Porque está preso a sentimentos de mágoa, vingança ou apego. Ele revive, constantemente, o sofrimento que o ligou à vítima, buscando alívio em ações de controle ou represália.
Como se inicia o processo obsessivo?
Geralmente por afinidade vibratória: o obsidiado alimenta culpas, vícios ou sentimentos negativos que permitem a sintonia com Espíritos em igual estado emocional.
A obsessão pode ter origem em vidas passadas?
Sim. Muitas obsessões têm raízes em conflitos não resolvidos em encarnações anteriores, onde o obsessor foi prejudicado e continua preso ao passado.
Como ajudar um obsessor?
Com oração, vibração amorosa, estudo do Evangelho e reforma íntima. O verdadeiro tratamento é moral e espiritual. Perdoar é o início do reequilíbrio.
Quando procurar uma reunião de desobsessão?
Quando houver sintomas espirituais persistentes, desarmonias graves ou influência espiritual evidente. O tratamento deve ser conduzido por casas sérias e sob orientação doutrinária.
📢 Conclusão: a libertação é tarefa dupla
A obsessão é um convite à cura de ambos os envolvidos. A Doutrina Espírita nos mostra que a verdadeira desobsessão ocorre quando o obsidiado se regenera moralmente e o obsessor é acolhido com amor. Libertar-se é libertar o outro. E amar é, muitas vezes, o primeiro passo para ambas as curas.
É hora de mudar
Estude, ore, perdoe. Reflita sobre suas ligações espirituais e cuide de sua reforma íntima. Se puder, participe de das reuniões públicas em um centro espírita sério. Evangelho no Lar, boas leituras e autoconhecimento são poderosas ferramentas de libertação.
📎 Leitura complementar
📚 Referências bibliográficas
- KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. FEB, cap. XXIII.
- KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB, cap. X.
- XAVIER, Francisco Cândido (Espírito: André Luiz). Libertação. FEB.
- XAVIER, Francisco Cândido (Espírito: André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade. FEB.
- DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. FEB.
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