Mediunidade nas Crianças
A mediunidade é uma faculdade associada ao Espírito, podendo manifestar-se desde a infância em alguns casos. No Livro dos Médiuns , Allan Kardec discute essa questão e alerta para a necessidade de prudência no desenvolvimento mediúnico infantil. Ele destaca que, embora algumas crianças demonstrem faculdades mediúnicas ostensivas, sua estrutura emocional e psicológica ainda não está completamente desenvolvida para lidar com os desafios dessa sensibilidade.
A mediunidade nas crianças não é um fenômeno casual, mas uma condição que reflete o grau evolutivo do Espírito reencarnante. Os médiuns infantis são, muitas vezes, Espíritos que já desenvolveram essa faculdade em existências anteriores e retornam com a tarefa de aprimorá-la e utilizá-la para o bem. No entanto, devido à fragilidade emocional da infância, há a necessidade de orientação e proteção por parte dos pais e educadores.
A mediunidade na infância deve ser compreendida dentro do contexto da reencarnação. A criança médium é um espírito com uma história pregressa, trazendo tendências e aptidões que precisam ser trabalhadas. A exposição precoce a práticas mediúnicas pode ser prejudicial se não for acompanhada de educação moral e esclarecimento adequado.
No Evangelho Segundo o Espiritismo , capítulo 28, item 11, há um apelo para que as manifestações mediúnicas sejam conduzidas com respeito e responsabilidade, o que se aplica especialmente ao caso das crianças. A prece e a prática do Evangelho no lar são recursos fundamentais para criar um ambiente de proteção e esclarecimento.
Yvonne Pereira, em Recordações da Mediunidade , capítulo Faculdade Nativa , relata sua própria experiência como médium desde a infância, destacando as dificuldades e desafios enfrentados sem a devida compreensão por parte dos adultos. Seu relato demonstra que, sem o apoio adequado, a mediunidade infantil pode ser uma fonte de sofrimento, reforçando a necessidade de amparo e estudo por parte daqueles que convivem com crianças dotadas dessas emoções.
O Folheto Evangelho no Lar da Federação Espírita Brasileira orienta que a educação espiritual das crianças deve ser priorizada, proporcionando-lhes um ambiente de serenidade e esclarecimento para que possam compreender sua sensibilidade sem medo ou confusão. A passagem bíblica de Eclesiastes 3:1 nos lembra que "tudo tem seu tempo determinado", indicando que uma mediunidade deve ser desenvolvida no momento oportuno, respeitando o amadurecimento físico, emocional e espiritual do meio.
Desta forma, compreendemos que a mediunidade na infância exige cuidados específicos. Uma criança média não deve ser incentivada a desenvolver sua faculdade precocemente, mas sim orientada com amor, respeito e conhecimento. O apoio da família, a prática do Evangelho no lar e o estudo doutrinário são ferramentas essenciais para que esse dom seja compreendido e utilizado no momento adequado, garantindo que a mediunidade seja uma vitória e não uma fonte de sofrimento.
Fonte da Pesquisa: Livro dos Médiuns, capítulo 18, item 221, perguntas 6 e 7, item 222, Livro Mediunidade e Evolução de Martins Peralva, capítulo 38, Livro Mediunidade de J. Herculano Pires, capítulo 1, Livro Lindos Casos de Chico Xavier de Ramiro Gama, capítulo Anjo Bom, O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 28, item 11, Livro Recordações da Mediunidade de Yvonne Pereira pelo Espírito Bezerra de Menezes, capítulo Faculdade Nativa, Livro Mediunidade e Evolução de Martins Peralva, capítulo 38, Federação Espírita Brasileira - Folheto Evangelho no Lar, Bíblia Sagrada de Jerusalém, tradução de Samuel Martins Barbosa, ed. Paulinas, 1981, Eclesiástes, 3: 1.
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