A Terra: De Mundo de Expiação e Provas para Mundo de Regeneração

 


A Terra, nosso lar comum, não é um mundo estático em sua natureza espiritual. Conforme ensina a Doutrina Espírita, o planeta está em constante processo evolutivo, tanto do ponto de vista material quanto moral. Neste artigo, exploramos o significado da transição da Terra de um mundo de expiação e provas para um mundo de regeneração, conforme os ensinamentos contidos em O Evangelho Segundo o Espiritismo, A Gênese, O Livro dos Espíritos e O Consolador.


O que é um mundo de expiação e provas?

Segundo O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 3, item 4, os mundos de expiação e provas são habitados por Espíritos ainda imperfeitos, onde predominam as paixões, o egoísmo e o orgulho. Aqui, os sofrimentos não são castigos, mas oportunidades valiosas de resgate de débitos morais e de aprendizado para o Espírito em evolução.

"Na Terra, reina o mal porque ainda é um mundo de expiações, onde os Espíritos se depuram lentamente."

Esse estágio faz parte de uma escala ascendente, conforme apresentada por Allan Kardec, em que os mundos progridem junto com seus habitantes, à medida que os Espíritos encarnados se purificam.


A evolução do Espírito e o papel da reencarnação

Em O Livro dos Espíritos, questão 172, é esclarecido que os Espíritos reencarnam em mundos compatíveis com seu grau de adiantamento. Na questão 607-B, é dito que o Espírito progride continuamente, atravessando múltiplas existências em diferentes condições e planetas. Isso reforça que a reencarnação é a chave da justiça e da misericórdia divina, permitindo que todos avancem segundo suas escolhas e esforços.

"A justiça divina se realiza pela pluralidade das existências."


O que é um mundo de regeneração?

Um mundo de regeneração, conforme descrito no item 13 do capítulo 3 de O Evangelho Segundo o Espiritismo, é um planeta onde o bem começa a prevalecer sobre o mal. Os habitantes ainda não são Espíritos perfeitos, mas já desenvolveram valores morais mais sólidos, como a caridade, a humildade e o perdão.

"Nesses mundos, o homem ainda está sujeito às leis que regem a matéria, mas liberto das paixões desordenadas."

Esses mundos representam uma fase intermediária entre os mundos de expiação e os mundos felizes, sendo locais de repouso, esperança e preparação para etapas superiores.


Estamos vivendo essa transição?

Sim. De acordo com A Gênese, capítulo 18, item 27, Allan Kardec afirma que a Terra está entrando em um novo ciclo de progresso moral, sendo progressivamente povoada por Espíritos mais elevados, enquanto os Espíritos endurecidos e rebeldes são encaminhados a mundos condizentes com seu nível evolutivo.

"A geração nova marchará para o progresso moral, guiada por princípios mais justos e altruístas."

Essa transformação não se dá por cataclismos físicos, mas por mudanças profundas na mentalidade coletiva da humanidade: maior senso de justiça, valorização da fraternidade, espiritualização das relações e superação de preconceitos.


A missão dos encarnados nesse processo

Como destacado por Emmanuel, na questão 205 de O Consolador, cada Espírito encarnado tem a responsabilidade de cooperar na elevação vibratória do planeta por meio de suas ações, pensamentos e escolhas. A regeneração da Terra não é um ato automático, mas resultado da soma das atitudes de seus habitantes.

"O homem é chamado a cooperar com Deus na obra divina do aperfeiçoamento do mundo."

Portanto, a vivência do Evangelho, especialmente no cultivo do amor ao próximo, da tolerância e da justiça, é o caminho para consolidar essa regeneração planetária.


Sinais da nova era

Entre os indícios dessa mudança, podemos citar:                                

  • O aumento da solidariedade e do voluntariado;

  • A busca por espiritualidade em detrimento do materialismo;

  • O avanço da ciência em consonância com princípios éticos;

  • A maior exposição das estruturas de corrupção e a sede por justiça.

Ainda estamos no limiar dessa nova fase. Os conflitos e desequilíbrios sociais que testemunhamos são, muitas vezes, os estertores de um velho mundo que resiste em partir, mas que já não pode mais sustentar-se.


Conclusão: regenerar-se para regenerar o mundo

A transição da Terra é um convite direto à transformação íntima de cada ser humano. Somente com indivíduos regenerados — que compreendem o sentido da vida espiritual, que praticam o bem e cultivam a paz — será possível consolidar o mundo de regeneração que todos almejamos.

A regeneração do planeta começa por nossas escolhas cotidianas. O futuro está sendo construído agora — e cada um de nós é um tijolo nessa grande obra da luz.


Referências bibliográficas

  • KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 3 itens 4, 6, 7, 13; Cap. 5 itens 7, 9.

  • KARDEC, Allan. A Gênese. Cap. 18 item 27.

  • KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questões 172, 607B, 1019.

  • XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador, pelo Espírito Emmanuel. Questão 205.



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