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Reflexões e estudos da Doutrina Espírita, baseado nas obras de Allan Kardec
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Necessidade do Trabalho na Visão Espírita
O trabalho é uma das leis fundamentais da vida. No Espiritismo, ele não é visto apenas como uma imposição social ou material, mas como uma necessidade evolutiva do Espírito. Por meio dele, o ser humano desenvolve virtudes, realiza a si mesmo e contribui para o progresso coletivo. O esforço constante, seja físico, intelectual ou moral, fortalece a alma para os desafios da existência e cria vínculos de solidariedade entre os indivíduos. Assim, trabalhar é também um ato de amor, pois cada atividade bem exercida reflete no equilíbrio do próximo e na ordem universal.
Trabalho como Dever Espiritual
Joanna de Ângelis, no livro Estudos Espíritas (Cap. 11), ensina que o trabalho representa uma das mais belas expressões da dignidade espiritual. Não se trata apenas de atividade remunerada, mas de toda ocupação útil — inclusive a intelectual, emocional e moral — que visa ao bem.
Segundo ela, o Espírito se realiza plenamente quando compreende que trabalhar é servir à vida, à sociedade e à própria consciência. Essa visão transcende a mera necessidade econômica.
Esse conceito nos leva a compreender que até mesmo gestos simples, como o cuidado em família, a dedicação ao estudo ou o esforço em vencer as próprias imperfeições, constituem modalidades de trabalho perante a vida. Cada tarefa executada com consciência amplia os horizontes espirituais, demonstrando que o labor não se limita ao campo material, mas se estende ao crescimento moral e às conquistas íntimas que repercutem na eternidade.
Trabalho e Lei Natural
Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec dedica questões fundamentais à temática. Nas questões 676 e 677, os Espíritos afirmam que o trabalho é uma lei da natureza. Ele é necessário não apenas para o sustento, mas para o aperfeiçoamento moral e intelectual.
Essa afirmação evidencia que o trabalho não é invenção social, mas parte integrante do mecanismo universal que move os mundos e as criaturas. Os planetas evoluem pelo movimento, as espécies pela adaptação, e o Espírito pela ação constante. Dessa forma, aquele que recusa o trabalho se afasta da própria lei natural, retardando a sua evolução. Ao contrário, aquele que se dedica, mesmo em pequenas tarefas, ajusta-se ao fluxo divino da Criação.
Experiências no Plano Espiritual
O Espírito Irmão Jacob, no livro Voltei (Cap. 20 - Retorno à Tarefa), relata que mesmo após o desencarne, a alma continua em atividade. O trabalho no plano espiritual é respeitado e necessário, pois representa a continuidade da evolução individual.
Isso demonstra que a vida além da morte não é repouso eterno, mas dinâmica de aprendizado e contribuição. Hospitais, escolas, grupos de assistência e organizações espirituais necessitam de trabalhadores dedicados. Por outro lado, Humberto de Campos, em Reportagens de Além-Túmulo (Cap. 20 - O Valor do Trabalho), descreve Espíritos que negligenciaram o labor terreno e, por isso, enfrentaram estagnação e sofrimento no além. O contraste revela que o trabalho, tanto aqui quanto na espiritualidade, é remédio de cura, disciplina e progresso.
Trabalho e Renovação Pessoal
Martins Peralva, em Estudando o Evangelho (Cap. 3 - Renovação), destaca que o trabalho é instrumento de renovação íntima. Ao aplicar-se em tarefas construtivas, o Espírito purifica pensamentos, desenvolve virtudes e combate tendências inferiores.
Essa visão revela que cada esforço é oportunidade de lapidação moral. O trabalhador que age com paciência vence a impaciência; o que serve com humildade combate o orgulho; o que persevera no bem dissolve a preguiça. Assim, o trabalho é um espelho de nossa condição espiritual, oferecendo o campo prático para superar deficiências e alcançar estados mais elevados de consciência. É, em síntese, uma terapia divina contra os males da alma.
Trabalho, Egoísmo e Justiça
Nas Obras Póstumas, Kardec aborda os obstáculos que o egoísmo e o orgulho impõem ao progresso humano. No capítulo Egoísmo e o Orgulho, ele aponta que o trabalho coletivo e fraterno é o antídoto contra essas chagas morais.
A cooperação no trabalho é a base da civilização. Quando cada indivíduo entende que suas tarefas repercutem no bem-estar do próximo, cria-se uma sociedade mais justa e solidária. Já no capítulo Liberdade, Igualdade e Fraternidade, o trabalho é valorizado como meio de garantir justiça social e dignidade. Se realizado com base na moral cristã, o labor deixa de ser apenas um mecanismo econômico e se transforma em pilar de fraternidade, garantindo a todos condições mais dignas de progresso e convivência.
O Evangelho e a Utilidade do Trabalho
No Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap. 16, item 8), é dito que toda ocupação útil é uma bênção. Ocioso é todo aquele que, podendo ser útil, escolhe o repouso egoísta. O trabalho, mesmo o mais simples, tem valor diante de Deus quando é executado com honestidade e amor.
Essa lição amplia nossa visão sobre o mérito espiritual. Não importa a posição social ou o reconhecimento público: o que vale é a intenção sincera e o empenho dedicado. O lavrador que cultiva a terra com esforço digno é tão nobre quanto o cientista que descobre novas leis, desde que ambos ajam com espírito de serviço. A inutilidade, ao contrário, corrói o Espírito, enquanto o labor, por menor que pareça, enriquece a alma e fortalece a consciência.
Conclusão: Trabalhar é Evoluir
O Espiritismo nos ensina que o trabalho dignifica, eleva e liberta. É por meio dele que crescemos, servimos e nos transformamos. Ele não é castigo, mas bênção e oportunidade sublime de progresso. Reconhecer a necessidade do trabalho é reconhecer a própria essência da lei do amor e do dever.
Cada dia de esforço é um degrau na escada da evolução. Quando compreendemos que o trabalho é cooperação com Deus, passamos a exercê-lo com gratidão e alegria. Assim, o suor que derramamos no campo, no lar, nas profissões ou nos estudos se converte em luz para a eternidade. Trabalhar, portanto, é caminhar com Cristo rumo à plenitude espiritual.
Referências Bibliográficas
- Franco, Divaldo P. – Estudos Espíritas pelo Espírito Joanna de Ângelis, Cap. 11.
- Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos, questões 676, 677 e comentário à 685.
- Xavier, Francisco Cândido – Voltei pelo Espírito Irmão Jacob, Cap. 20.
- Xavier, Francisco Cândido – Reportagens de Além-Túmulo pelo Espírito Humberto de Campos, Cap. 20.
- Peralva, Martins – Estudando o Evangelho, Cap. 3, item Trabalho.
- Kardec, Allan – Obras Póstumas, caps. Egoísmo e o Orgulho e Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
- Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 16, item 8.
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