Adoração: Significado e Objetivo
Entre os sentimentos mais sublimes que o ser humano pode nutrir está a adoração, entendida, na perspectiva espírita, como a elevação da alma a Deus em reconhecimento à Sua perfeição suprema. Muito além dos rituais exteriores ou das tradições formais, adorar é um ato de consciência, reverência e conexão espiritual com o Criador.
“A adoração é o resultado do sentimento inato que o homem traz de sua inferioridade em face do Ser Supremo.”
— O Livro dos Espíritos, questão 649
O que é adoração?
De acordo com O Livro dos Espíritos, questão 649, a adoração é a elevação do pensamento a Deus, um sentimento natural nos seres conscientes da própria pequenez diante da perfeição divina. Não exige fórmulas prontas, mas um estado de alma que reconhece, ama e busca compreender a grandeza do Criador.
O Espiritismo nos ensina que adorar a Deus não é apenas repetir palavras ou cumprir ritos exteriores. Como afirmam os Espíritos superiores na questão 653, “a adoração verdadeira é do coração”.
O objetivo da adoração
A adoração, na essência, tem como finalidade:
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Elevar o Espírito acima das preocupações materiais
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Estimular a humildade e o reconhecimento da ordem universal
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Fortalecer o sentimento de amor a Deus e ao próximo
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Desenvolver a confiança na Justiça Divina
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Servir de impulso para a transformação moral
Kardec comenta, na questão 668, que a verdadeira adoração consiste no cumprimento das leis divinas, pois isso demonstra amor, respeito e sintonia com o Criador.
Adorar é viver em harmonia com as Leis Morais
Rodolfo Calligaris, em As Leis Morais, capítulo 10, afirma que adorar a Deus é viver como Ele deseja: amando, perdoando, servindo e progredindo.
Não há adoração mais elevada do que agir com retidão, praticar o bem e fazer do amor o guia da vida.
“A oração é um dos atos da adoração, mas não o único. A vida reta é a mais perfeita forma de culto.”
(Rodolfo Calligaris)
A falsa adoração e o antropomorfismo
Um dos equívocos mais comuns é imaginar Deus à imagem e semelhança do homem — com emoções humanas, exigindo homenagens, punindo com cólera. Esse antropomorfismo, criticado por Emmanuel no livro Emmanuel, capítulo 15.3, é uma herança de tempos de ignorância espiritual.
A adoração verdadeira, portanto, não é dirigida a um Deus vingativo ou carente de louvores, mas sim a uma Inteligência Suprema, amorosa e justa, que governa o universo com sabedoria e misericórdia infinitas.
Rituais x Sentimento
Segundo O Livro dos Espíritos, questão 653A, não há utilidade em ritos externos se o coração não está envolvido no ato de adorar. A espiritualidade superior valoriza a intenção sincera e o esforço moral, muito mais do que cânticos, gestos ou formalismos.
“Deus prefere os que adoram com sinceridade e verdade àqueles que apenas o fazem com os lábios.”
Conclusão: A adoração é um estado de alma
Adorar é viver em constante comunhão com a vontade divina.
É permitir que a luz de Deus penetre nossos pensamentos, sentimentos e ações.
É reconhecer Sua presença no próximo, na natureza, no universo e em nós mesmos.
“A verdadeira adoração é silenciosa, operosa e constante.”
Por isso, o Espiritismo nos conclama a abandonar a adoração vazia de sentido para vivermos a fé ativa, baseada no amor, na caridade e na prática do bem.
Referências Bibliográficas
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KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, questões 649, 652, 653, 653A, 654 e comentário à questão 668.
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CALLIGARIS, Rodolfo. As Leis Morais, Cap. 10 – Como Adorar a Deus?
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XAVIER, Francisco Cândido (pelo Espírito Emmanuel). Emmanuel, Cap. 15 – A Ideia da Imortalidade, item 15.3 – Antropomorfismo.
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