Movimento Espírita: conceito e objetivo
O que é o Movimento Espírita?
O Movimento Espírita é o conjunto de ações organizadas, realizadas por indivíduos e instituições, voltadas à vivência, estudo, prática e divulgação da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec. Mais do que uma estrutura institucional, trata-se de um organismo vivo, plural e solidário, cujo propósito maior é promover o progresso espiritual da humanidade à luz dos ensinamentos dos Espíritos Superiores.
Conforme descrito na “Constituição do Espiritismo”, contida em Obras Póstumas (Projeto 1869), Kardec antevia um modelo de organização para o Espiritismo pautado pela unidade de princípios e liberdade de consciência, alicerçado no estudo, na caridade e na moral cristã. O movimento, portanto, não se confunde com um corpo rígido ou dogmático, mas assume o papel de instrumento de regeneração social e individual.
Objetivo do Movimento Espírita
O objetivo fundamental do Movimento Espírita é o de promover a transformação moral do ser humano, preparando-o para uma sociedade mais fraterna e justa. Para tanto, deve-se:
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Preservar e difundir os fundamentos da Doutrina Espírita conforme estabelecidos por Allan Kardec;
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Estimular o estudo contínuo e sistematizado, visando ao entendimento racional da fé;
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Promover a prática da caridade moral e material, como desdobramento natural do amor ao próximo;
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Atuar como agente de renovação social, por meio de ações educativas e pacificadoras.
O Espírito Emmanuel, nas questões 362 e 363 da obra O Consolador (psicografia de Francisco Cândido Xavier), esclarece que o Espiritismo tem como tarefa essencial iluminar consciências, consolar corações e orientar o caminho da humanidade, unindo ciência, filosofia e religião sob a égide do amor.
A importância da unidade e do direcionamento coletivo
No capítulo “Cismas” de Obras Póstumas, Kardec alerta para os riscos da fragmentação doutrinária, reforçando que a coesão dos princípios é vital para o progresso do Espiritismo. Assim, o Movimento Espírita deve zelar pela fidelidade à Codificação, ao mesmo tempo em que respeita as iniciativas locais, a diversidade cultural e a liberdade individual.
De acordo com o documento "Divulgue o Espiritismo — Uma Nova Era para a Humanidade", aprovado pelo Conselho Espírita Nacional (CEN) da Federação Espírita Brasileira em 1996 e ratificado pelo Conselho Espírita Internacional (CEI) em 1998, a missão do Movimento Espírita é global: alcançar corações e consciências com base no diálogo, no exemplo e na fraternidade, estabelecendo uma rede de esforços solidários em escala planetária.
Movimento Espírita como instrumento de transformação social
Mais do que um conjunto de casas espíritas ou instituições federativas, o Movimento Espírita se revela na ação integrada de milhares de pessoas dedicadas à edificação do bem. A prática do Evangelho no lar, as campanhas de esclarecimento, os grupos de estudo, as reuniões mediúnicas sérias e as atividades assistenciais compõem essa engrenagem de regeneração espiritual.
A apostila Movimento Espírita destaca que a responsabilidade dos espíritas vai além do conhecimento intelectual. É necessário o comprometimento ativo com a causa do Cristo, com base na caridade, na ética e na solidariedade universal.
Conclusão
O Movimento Espírita não é uma organização centralizada, mas uma corrente de pensamento e ação moral, cuja força está na coerência com os princípios da Doutrina Espírita e na ação coletiva voltada ao bem comum. Seu objetivo não é o proselitismo, mas sim iluminar consciências, consolar sofrimentos e preparar a humanidade para uma nova era de paz, conhecimento e amor.
Referências Bibliográficas
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Kardec, Allan. Obras Póstumas. Projeto 1869 – Constituição do Espiritismo, II – Cismas.
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Xavier, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel, questões 362 e 363.
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Federação Espírita Brasileira. Divulgue o Espiritismo – Uma Nova Era para a Humanidade. Aprovado pelo CEN em 1996 e pelo CEI em 1998, p. 2.
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Federação Espírita Brasileira. Conheça o Espiritismo – Uma Nova Era para a Humanidade. Aprovado pelo CEN em 1996 e pelo CEI em 1998, p. 2.
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Apostila Movimento Espírita, p. 2.
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