O Necessário e o Supérfluo à Luz do Espiritismo

 


Introdução

No mundo moderno, marcado pelo consumismo e excesso de informações, torna-se cada vez mais urgente refletir sobre a diferença entre o que é realmente necessário e o que é supérfluo. Essa reflexão, quando feita à luz do Espiritismo, ganha profundidade moral e espiritual, nos convidando à reforma íntima e à prática da caridade.

Este artigo apresenta uma análise baseada em obras fundamentais da doutrina espírita, como O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Espírito da Verdade e o Livro Tempo de Transição, além de uma referência bíblica do Gênesis.

A visão espírita sobre o necessário

As necessidades naturais e legítimas – O Livro dos Espíritos

Na questão 719 de O Livro dos Espíritos, os Espíritos ensinam que o homem deve gozar dos bens da vida, desde que o uso seja equilibrado e não prejudique a si ou ao próximo. A natureza oferece o necessário, e o supérfluo é invenção humana.

Na questão 720A, os Espíritos reforçam que o uso racional das coisas é permitido, mas o exagero e o desperdício são formas de ingratidão à providência divina.

Comentário de Kardec à questão 717

Kardec comenta que o verdadeiro uso da riqueza está em sua utilidade moral. Acumular bens apenas para ostentação é desvio da lei natural. O necessário está ligado à dignidade, ao equilíbrio e à solidariedade.

A natureza é sábia e suficiente em suas dádivas. O que é realmente necessário à manutenção da vida está ao alcance de todos, desde que haja equilíbrio e fraternidade na partilha. O uso dos bens da Terra deve ser pautado pelo amor e pela consciência, pois o excesso, o desperdício e o egoísmo são formas sutis de violência contra a harmonia divina. Miramez ressalta que Deus não condena o bem-estar, mas ensina que o verdadeiro conforto vem do uso justo das coisas, sem prejudicar o próximo ou desequilibrar os recursos naturais. Assim, utilizar os bens com responsabilidade é servir a Deus com sabedoria.

O excesso como causa de sofrimento

Bezerra de Menezes e os Problemas do Mundo

No capítulo “Problemas do Mundo” do livro O Espírito da Verdade, o espírito Bezerra de Menezes alerta que a sociedade está doente pela busca incessante do supérfluo. O conforto material, quando idolatrado, transforma-se em algema para o espírito.

André Luiz e a ilusão do excesso

No capítulo “Excesso e Você”, André Luiz afirma que o excesso gera desequilíbrio físico, emocional e espiritual. Comer demais, trabalhar sem medida, buscar prazer incessante — tudo isso corrói a alma e atrasa o progresso.

O Evangelho e o uso da riqueza

O verdadeiro tesouro – Cap. 16, item 12

O Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo 16, item 12, ensina que o verdadeiro tesouro está no céu, ou seja, nas virtudes e boas obras. O uso da riqueza é justo quando proporciona benefícios ao próximo e não se transforma em orgulho e egoísmo.

Confiança na providência divina – Cap. 25, item 8

No capítulo 25, item 8, vemos que Jesus orienta a não nos inquietarmos com o supérfluo, pois Deus conhece nossas necessidades reais. A confiança na providência divina é o antídoto contra o medo da falta e o apego material.

Reflexão final: o supérfluo como armadilha

Tempo de Transição – Capítulo 5: Necessário & Supérfluo

Juvanir Borges de Souza, no livro Tempo de Transição, aponta que vivemos um momento crítico de separação entre valores eternos e ilusões temporárias. A obsessão por bens, títulos e aparência revela o domínio do supérfluo sobre a razão e o espírito.

O autor convida à simplicidade, à caridade e à vigilância interior. O necessário é o que edifica, liberta e aproxima de Deus. O supérfluo, por sua vez, escraviza, distrai e distancia do propósito espiritual.

Referência bíblica – Gênesis 3, p. 33

No Gênesis, a queda de Adão e Eva simboliza a escolha pelo prazer além do necessário. O fruto proibido representa o supérfluo que seduz, mas cobra alto preço. Essa narrativa reforça a lição moral presente também no Espiritismo: dominar os desejos e buscar a vontade divina.

Conclusão

Compreender a diferença entre o necessário e o supérfluo é um passo essencial na jornada evolutiva. O Espiritismo nos orienta a usar os recursos com responsabilidade, a cultivar a caridade e a desapegar do transitório. Quando o necessário é suficiente, a alma encontra paz.

"Nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus." (Mateus 4:4)

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Fonte da Pesquisa: Livro Tempo de Transição de Juvanir Borges de Souza, Cap. 5 - Necessário & Supérfluo; O Livro dos Espíritos, questões 719, 720A, comentário de Allan Kardec à questão 717; Livro O Espírito da Verdade de Chico Xavier e Waldo Vieira por diversos Espíritos, Cap. 1 - Problemas do Mundo (Bezerra de Menezes), Cap. 2 - Excesso e Você ( André Luiz); O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.16 - item 12, Cap. 25 - item 8; Bíblia Sagrada de Jerusalém, Trad. Estevão Bittencourt, Edição Paulinas, 1984, p. 33.


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