Lei Natural: Definição e Caracteres

 


O que é a Lei Natural segundo o Espiritismo

A Lei Natural, conforme ensina o Espiritismo, é o conjunto de regras estabelecidas por Deus para assegurar a harmonia do universo e o progresso dos seres. É imutável e eterna, pois reflete a própria perfeição divina. Como afirma O Livro dos Espíritos, na questão 614, “a lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem”.

Origem e universalidade da Lei Natural

Essa lei está gravada na consciência de cada ser humano. Ou seja, não depende de códigos escritos ou de culturas específicas. Todos os povos, em todas as épocas, receberam essa inspiração interior, ainda que em diferentes níveis de entendimento. A espiritualidade afirma na questão 621 de O Livro dos Espíritos:
“Onde está escrita a lei de Deus?”
Na consciência.”

Mesmo os que vivem isolados ou distantes de tradições religiosas podem ter intuições do certo e do errado, do bem e do mal. Isso porque a Lei Natural é universal, acessível a todos, e se manifesta de acordo com o grau evolutivo de cada espírito.

Características fundamentais da Lei Natural

Conforme a questão 615, a Lei de Deus é a mesma para todos os mundos, mas se apresenta de forma mais ou menos compreendida conforme o grau de adiantamento dos seres. Assim, quanto mais evoluído é o espírito, mais ele compreende, aceita e vive segundo essa lei.

A espiritualidade destaca ainda, na questão 617, que Deus não deixa ninguém ignorante das Suas leis. Sempre envia Espíritos iluminados para instruírem e guiarem os seres humanos, por meio de exemplos, mensagens e revelações, como fizeram Buda, Moisés, Jesus, entre outros. Como reforça Kardec em comentário à questão 617A:

“Os grandes missionários da verdade vêm periodicamente para esclarecer os homens sobre os deveres que decorrem da lei natural.”

Finalidade da Lei: o bem e a evolução

O objetivo supremo da Lei Natural é o bem e a felicidade verdadeira. Contudo, essa felicidade só é possível quando o ser atua em conformidade com o bem coletivo, e não com interesses egoístas. Quando o homem se afasta da Lei Natural, ele sofre as consequências, o que serve de estímulo à reflexão, correção de rumos e amadurecimento espiritual.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 17, itens 3 e 4, encontramos um resumo perfeito da conduta segundo a lei:

“O homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade na sua maior pureza.”

Consciência, livre-arbítrio e responsabilidade

O Espírito Emmanuel, por meio de Chico Xavier, esclarece no capítulo “Nas Leis do Destino”, do livro Justiça Divina, que a Lei Natural não é uma força cega, mas expressão da Justiça Divina em perfeita sintonia com o amor e a sabedoria. Cada criatura tem a liberdade de agir, mas não pode evitar os efeitos das próprias escolhas. Assim, o sofrimento, muitas vezes, não é punição, mas recurso educativo que visa à restauração do equilíbrio.

No livro Inspiração, também por Emmanuel, no capítulo “Diante do Universo”, lemos:

“As leis que regem o destino são exatas como a matemática e justas como o amor de Deus. Cabe-nos decifrar seu funcionamento com humildade e esforço.”

A vivência da Lei no cotidiano

A aplicação prática da Lei Natural se dá na vivência diária de valores como justiça, amor, caridade, verdade, humildade, responsabilidade, compaixão e respeito. É pelo esforço constante em melhorar nossas atitudes, pensamentos e intenções que vamos nos ajustando a essa Lei superior.

Como afirma a resposta à questão 648:

“A lei natural é imutável como o próprio Deus.”
Por isso, ela é o guia seguro para a vida moral, espiritual e social. O progresso espiritual consiste justamente em conhecer melhor essa lei e vivê-la de forma consciente.


Conclusão

A Lei Natural, na visão espírita, é a expressão da vontade divina e o roteiro seguro para a verdadeira felicidade. Presente em nossa consciência, ela nos convida a uma jornada de transformação interior e aperfeiçoamento constante. Vivê-la é caminhar rumo à plenitude, ao bem comum e à paz verdadeira.


📚 Referências bibliográficas

  • KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questões 614, 615, 617, 619, 621, 621A, 622, 623, 647, 648.

  • KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo 17, itens 3 e 4.

  • XAVIER, Francisco Cândido. Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel. Capítulo 51 – Nas Leis do Destino.

  • XAVIER, Francisco Cândido. Inspiração, pelo Espírito Emmanuel. Capítulo Diante do Universo, p. 72-73.

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