Felicidade e Infelicidade Relativas

 


A busca pela felicidade é uma aspiração universal do ser humano, mas será possível alcançá-la plenamente na Terra? Segundo O Livro dos Espíritos, nas questões 920 a 933, Allan Kardec esclarece que a felicidade absoluta não é compatível com o mundo em que vivemos, mas que podemos alcançar uma felicidade relativa, baseada no entendimento espiritual e na prática do bem.

Na questão 920, Kardec pergunta se é possível ao homem desfrutar de completa felicidade na Terra. Os Espíritos respondem que não, pois a vida terrena é um período de provas e expiações. No entanto, isso não significa que devamos viver apenas no sofrimento, pois é possível encontrar paz e contentamento ao adotarmos uma visão mais elevada da existência.

Nas questões seguintes, os Espíritos explicam que muitos dos sofrimentos humanos são causados pelo próprio homem, seja por suas ambições desmedidas, seja por sua conduta moral equivocada. Na questão 922, eles afirmam que a verdadeira felicidade não está na posse de bens materiais ou na satisfação dos prazeres mundanos, mas na tranquilidade da consciência, na prática do bem e na fé no futuro. Assim, a felicidade é relativa, pois depende da maneira como encaramos os desafios da vida e do grau de evolução espiritual que alcançamos.

Outro ponto essencial abordado está na questão 928, onde os Espíritos explicam que a desigualdade social e as dificuldades enfrentadas por muitos não são, por si só, causas inevitáveis de infelicidade. O sofrimento está mais ligado à forma como interpretamos essas dificuldades do que às dificuldades em si. Aquele que se revolta contra sua condição tende a sofrer mais, enquanto aquele que aceita sua situação com resignação e trabalha para melhorar encontra mais serenidade.

Por fim, a questão 933 reforça que a dor causada pela perda de entes queridos ou por provações da vida pode ser suavizada pelo conhecimento da vida espiritual. Quem compreende que a existência não se resume à matéria e que há um propósito maior por trás dos desafios encontra mais forças para enfrentar as adversidades e menos motivos para o desespero.

Assim, a felicidade e a infelicidade são relativas, pois dependem muito mais de nossa visão de mundo e de nossa conduta moral do que das circunstâncias externas. Quem vive com simplicidade, cultivando o amor e a caridade, e mantém a fé na justiça divina experimenta uma felicidade genuína, mesmo diante das dificuldades inevitáveis da vida terrena.

Fonte de estudo: O Livro dos Espíritas, questões 920 a 933

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